Estamos chegando a Páscoa. E como acontece em todos os anos, as pessoas estão mais preocupadas em comprar ovos de chocolate do que realmente lembrar o verdadeiro sentido da páscoa. Então pensando nisto, vou relembrar em rápidas palavras o que é a verdadeira páscoa para o cristão, que tem as suas raízes na fé de Abraão, pois a páscoa descrita no Velho Testamento representava o sacrifício de Jesus, “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29).
Páscoa vem do hebraico, Pessach, que significa “passagem”. Para os egípcios a passagem do juízo de Deus (Êxodo 12:12); para os israelita, a passagem da escravidão para a liberdade (Êxodo 12:27) e para os cristãos, a passagem da morte para a vida (João 5:24). Foi instituída por Deus nos tempos de Moisés, quando o povo israelita ainda estava no Egito. Após quatrocentos anos de escravidão, o povo de Deus recebe finalmente a notícia de sua libertação, cumprindo a promessa de Deus feita a Abraão (Gênesis 15:13,14), porém antes da sua real libertação, deveriam celebrar a festa da páscoa. Portanto essencialmente páscoa também significa libertação. E para a celebração desta festa era necessário um cordeiro, macho e sem defeito, para ser morto e o seu sangue aspergido nos umbrais das portas das casas dos israelitas, e a sua carne deveria ser assada, sem quebra de ossos, para comer com pães asmos e ervas amargas (veja Êxodo 12). Neste ato o Senhor Deus quis ensinar o sacrifício expiatório, a fé e a nossa obediência a plena libertação, afinal, Israel não estava apenas sendo liberto de Faraó, mas também do Anjo Destruidor, pois se o sangue do cordeiro não tivesse sido aspergido nos umbrais da casa, o povo israelita teriam sido destruídos também. A páscoa dos israelitas os libertou da escravidão, opressão, miséria e de seus pecados perante o Senhor. Esta libertação apontava para o começo de uma nova vida, liberta de todos os terrores e opressões; portanto a páscoa prenunciava a obra redentora de Cristo, que nos liberta do pecado, trazendo-nos um novo modo de vida.
A páscoa também é sinônimo de salvação para a família. Antes da páscoa, Faraó disse que o povo israelita podiam ir, mas sem os seus filhos (Ex. 10:8-11). Representando assim a vontade do diabo quanto a família, pois se você é um servo de Deus cuja vida Deus já libertou, o diabo irá tentar cativar seus filhos para destruição da sua família. E quando o Senhor disse: “...tome cada um para si um cordeiro...para cada casa” (Ex. 12:3), era para que por meio do sacrifício de um cordeiro para cada casa, a família pudesse ser salva do destruidor. Isto nos desperta para o fato do sacrifício de Cristo também ser suficiente para conceder libertação e salvação à toda nossa família (Atos 16:31).
Quanto ao cordeiro pascoal, este era submetido a um minucioso exame, pois teria de ser sem manchas ou defeito algum, pois do contrário ele não poderia ser sacrificado ao Senhor (Deuteronômio 15:21). Jesus, como o cordeiro de Deus, também foi examinado pelos sacerdotes e autoridades civis, e sendo achado sem defeito algum diante dos seus acusadores, foi crucificado (veja Mateus 22:46, João 18:29,38 19:4,6). Na época o sacrifício do cordeiro pascoal era suficiente para justificar os israelitas diante do destruidor. Agora, o sacrifício do Senhor Jesus Cristo, é plenamente suficiente para justificar todos os homens diante de Deus, pois satisfaz toda a justiça divina.
Sendo assim a Páscoa tem um profundo significado para nós cristãos, pois representa a obra redentora de Cristo para a nossa vida. É pena que hoje em dia, a páscoa como é comemorada no mundo, não traz nenhum benefício para a vida espiritual, porém quando entendemos que a nossa páscoa é Cristo, então podemos tirar maravilhosas reflexões e práticas importantes para o nosso elevo espiritual. Portanto sendo Cristo a nossa páscoa, já não faz sentido algum comemorarmos com ovos e coelhinhos, nem mesmo com um cordeiro pascoal, mas através do sacramento deixado pelo próprio Jesus, que é a Ceia do Senhor (Lucas 22:15-20).
Jamais devemos esquecer o significado genuíno da páscoa, é por isso que Jesus nos ensinou a ceiar com a seguinte admoestação: “fazei isto em memória de mim” (Lucas 22:19b). Portanto se quisermos comprar ovos de chocolates, façamos isto como quem compra chocolate e não com reverência pascoal, visto que a introdução, tanto do ovo como do coelho neste ato, é de origem pagã e não cristã.
Pense nisto.
Graça e Paz a todos e até a próxima!
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